Mistura de gerações dá o tom do 3º FEMUSPP
Troca de experiência e convivência foram o mote da semana do festival
A terceira edição do Festival de Música de Paraguaçu Paulista teve como principal característica o encontro de várias gerações de músicos – desde os pequenos, que estavam começando a descobrir o imenso universo da música – até aqueles que já tinham passado por todas as fases e já estavam trilhando seu caminho com extrema maestria. Como foi o caso da estrela Eudóxia de Barros, que arrebatou o público com uma brilhante apresentação.
A reportagem do festival ouviu alguns deles que, com suas diferentes idades, deixaram suas impressões de tudo o que viram e ouviram ao longo da semana; e o que esperam – e mesmo recomendam – aos que ainda não vieram pra cá.
Gabriel Ricardo Tofanin, violinista de 17 anos e que começou a tocar aos 13, foi levado à Orquestra Filarmônica do Noroeste Paranaense que fica em Umuarama (PR), pelo maestro Samuel de Siqueira. “Sempre é uma experiência acolhedora; maestro Dante [Mantovani] super respeitado na região, convidados de alto nível pra palestra; povo muito receptivo e a Igreja [Matriz] é maravilhosa. Aos que ainda não vieram, que venham urgentemente”.
Rafaela Longo de Campos, violinista de 13 anos e colega de Gabriel na Filarmônica, começou a tocar aos 10 anos, em 2016. Chegou à orquestra também pelas mãos de Samuel de Siqueira, que a conheceu no Conservatório Santa Cecília. Ela endossa as palavras de Gabriel. “É uma experiência muito grande e é um desafio também; além de ser bem motivador estar aqui. As pessoas que não vieram estão perdendo um pouquinho. Gostei bastante”, diz ela.
Viviane Nunes da Silva, de 41 anos, é responsável pelos alunos da orquestra da escola Padre Manoel da Nóbrega, que também fica em Umuarama. Com ela, vieram 05 alunos que fazem parte dessa pequena orquestra, que incorpora a Filarmônica. “Eu tô (sic) adorando o festival, tô achando incrível; os músicos além de talentosos são queridos com a gente, ensinam esses pequenos que vieram pra aprender e [enquanto] eles estão tocando, eles estão adorando. Eles estão vendo um mundo diferente, um mundo em que eles podem também fazer parte um dia”.
Ana Carolina Silveira de Lima Fonseca (28), nascida em Passos (MG) e que reside atualmente em Poços de Caldas (MG), trabalha em um colégio católico da cidade, “que busca implementar no Brasil as artes liberais; e a música faz parte dessas artes”. Ela veio a Paraguaçu através de um convite feito pelo maestro Dante Mantovani e, para ela “participar desse evento está sendo bastante interessante, porque [pude] conhecer os músicos brasileiros – já que morei um tempo fora – [e percebi] que havia perdido um pouco dessa referência”.
Ela também ressaltou a importância do contato com pessoas que querem resgatar os valores da música. “É algo realmente edificante e eu fico muito feliz, muito lisonjeada de estar participando deste 3º festival. Ademais, de estarmos compartilhando as experiências e os dons que cada um tem, cada vez fica [mais] claro que é necessário e urgente resgatarmos esses valores da música aqui no nosso país”, finaliza.